5 de maio de 2012

06 de maio de 2012



Bom dia amigos de Sangha,

Convidamos a todos para a prática de Tara Vermelha no dia 06 de maio de 2012, data sagrada da lua Cheia do mês de maio.

Local: Templo de Budismo Tibetano
Horário: 09:30h da manhã

Que todos os seres possam se beneficiar!

No Dharma,
Templo de Budismo Tibetano Shenphen Cholling

1 de maio de 2012

O Vaticano enviou uma mensagem aos budistas de todo o mundo por ocasião da festividade, o “Vesakh”.


O Vaticano enviou uma mensagem aos budistas de todo o mundo por ocasião da festividade, o “Vesakh”.

CONSELHO PONTIFICIO PARA O DIALOGO INTERRELIGIOSO
MENSAGEM PARA A FESTA DO VESAKH/HANAMATSURI
2012 A.D. / 2555 B.E.
Cristãos e budistas: Partilhar a responsabilidades
de educar as jovens gerações para a justiça e a paz
através do diálogo interreligioso
Caros amigos budistas
1. Em nome do Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso, tenho a alegria de vos apresentar uma vez mais este ano, os bons votos muito cordiais por ocasião do Vesakh/Hanamatsuri. É meu desejo que esta festa anual traga serenidade e alegria ao coração de cada um de vós em todas as partes do mundo.
2. Hoje, cada vez mais, nas aulas do mundo inteiro, estudantes pertencentes a várias religiões e crenças sentam-se lado a lado, aprendendo uns com os outros e uns dos outros. Esta diversidade lança desafios e suscita uma reflexão mais profunda sobre a necessidade de educar os jovens ao respeito e á compreensão das crenças e das praticas religiosas dos outros, a aumentar o conhecimento acerca da própria, a avançar juntos como seres humanos responsáveis e a estar prontos para se unir àqueles que pertencem a outras religiões para resolver os conflitos e promover amizade, justiça, paz e um desenvolvimento humano autentico.
3. Com Sua Santidade o Papa Bento XVI, reconhecemos que a verdadeira educação pode favorecer uma abertura ao transcendente e àqueles que nos circundam. Lá onde a educação é uma realidade, existe uma oportunidade de diálogo, de interrelação e de escuta receptiva dos outros. Neste clima, os jovens sentem-se apreciados por aquilo que são e por aquilo que pode ser o seu contributo; aprendem a crescer na estima pelos seus irmãos e irmãs cujas crenças e pratica religiosa diferem da própria. Quando isto se verifica, daí deriva a alegria de ser pessoas solidárias e cheias de compaixão, chamadas a construir uma sociedade justa e fraterna dando assim esperança ao futuro (cfr. Mensagem para o Dia Mundial da Paz, 1 de Janeiro de 2012).
4. Como budistas, vós transmitis aos jovens a necessária sabedoria de abster-se de prejudicar os outros e de viver uma vida de generosidade e compaixão, uma pratica que deve ser apreciada e reconhecida como um dom precioso para a sociedade. Esta é uma maneira concreta com a qual a religião contribui para educar as jovens gerações a partilhar a responsabilidade e cooperar com os outros.
5. È um dado de facto que os jovens são um recurso para cada sociedade. Com a sua autenticidade, encorajam-nos a encontrar uma respostas ás perguntas fundamentais sobre a vida e a morte, a justiça e a paz, o sentido do sofrimento e as razões da esperança. Desta maneira ajudam-nos a progredir na nossa peregrinação para a Verdade. Com o seu dinamismo, enquanto artífices do futuro, eles impulsionam-nos a destruir todos os muros que infelizmente ainda nos separam. Com as suas perguntas alimentam o diálogo entre religiões e culturas.
6. Caros amigos, unimos os nossos corações aos vossos e rezamos para que juntos possamos guiar os jovens, com o nosso exemplo e ensinamento a tornarem-se instrumentos de justiça e paz. Partilhamos a responsabilidade comum que temos em relação á gerações futuras, educando-as a crescer como seres pacíficos e obreiros de paz.
Feliz Vesakh/Hanamatsuri.
Jean-Louis Cardeal Tauran
Presidente
Arcebispo Pier Luigi Celata
Secretario

Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso
00120 Cidade do Vaticano

Tel: +39.06.6988 4321 / 06.6988 3648
Fax: +39.06.6988 4494
E-mail: dialogo@interrel.va

Oferendas

Oferendas


As Oferendas são as expressões da religião formal da virtude da doação no Budismo fundamental. A perfeição da doação, dana-paramita em Sânscrito, é a primeira das 6 ou 10 perfeições. Ela engloba cada tipo de generosidade se envolve um presente para aqueles que são maiores do que nós, tal como as deidades no campo do mérito, ou um pobre ou necessitado que está em situação pior do que a nossa.

Uma doação a um ser em situação igual ou pior do que a nossa, sacrificamos algo que nos pertence para benefício do outro. Na doação aos seres superiores, como nossos professores, um Buddha ou bodisattva, executamos um ato de renúncia. Como uma nobre ação altruísta, DOAR é a base para se adquirir mérito.

Na doutrina Budista, a acumulação de mérito nos conduz a um renascimento superior, e eventualmente nos liberando do sofrimento da existência cíclica.Para obtermos a iluminação mais elevada devemos ser capazes de dar em um grau superlativo, com motivação perfeita, então conquistarmos o nível insuperável da doação perfeita.Se oferendas físicas beneficiam quem as recebe ou não, do ponto de vista de um praticante Budista como um doador, elas possuem o significado essencial de reduzir nossa conexão com o mundo físico.

Esta conexão reforça nossa noção de nós mesmos como real, partes independentes de nós a serem satisfeitas, obtendo ou “grudando“ nos objetos de nosso desejo.Fazer oferendas acostuma a mente a dar e deixar ir os objetos do desejo. Serve para liberar nossa concepção de um EU real ou independente. Neste sentido, ela contribui para adquirirmos sabedoria essencial, realizando todos os fenômenos como vazios da existência cíclica.

O valor do mérito adquirido do ato de doar depende de muitos fatores : a motivação, a condição daquele que recebe e a qualidade da oferenda. A motivação ou intenção consciente ou inconsciente precede todas as nossas ações. A motivação última da doação é para gerar as causas para obtermos a iluminação para a prosperidade de todos os seres sencientes. O valor do ato de doar guarda estreita relação com a qualidade da motivação. Quanto mais larga a intenção maior o mérito.
http://www.dordjeling.org

História da Linhagem de Tara Vermelha

Incontáveis eras atrás, num tempo além do início do nosso tempo, um Buddha
apareceu numa esfera planetária chamada “Profusão de Luzes”. Uma princesa
deste reino, chamada Lua de Sabedoria (tib. Yeshe Dawa), desenvolveu grande fé e devoção e pelo Buddha. Ela prestou homenagem com seu corpo, fala e mente, fazendo inúmeras oferendas ao Buddha e a seu séqüito. Quando, em virtude de suas vasta acumulações de mérito e sabedoria, o pensamento da
iluminação suprema despertou dentro dela, os monges daquele reino
aconselharam-na a rezar para ter um renascimento com o corpo de homem, pois pensavam que tal corpo constituiria um veículo superior para se alcançar a iluminação.
Por haver compreendido a natureza vazia de todos os fenômenos, Yeshe Dawa
reconheceu que não existia qualquer realidade intrínseca, quer no corpo do
homem, quer no corpo da mulher. Entretanto, diante da realidade relativa da
ignorância que insistia nessas diferenciações, ela assumiu o compromisso de
sempre renascer em forma feminina.Finalmente, ela alcançou um profundo estado meditativo, a partir do qual se
tornou capaz de leva incontáveis seres a reinos além do sofrimento. Em nosso
sistema planetário, ela manifestou-se como Tara através da compaixão de
Avalokitehsvara (tib. Tchenrezig), onde então tomou o voto particular de
liberar os seres dos oito grandes medos, que são projeções das negatividades
existentes na mente. São eles: o medo de elefantes, a projeção da
ignorância; o medo do fogo, a projeção da raiva; o medo de leões, a projeção
do orgulho; o medo de ladrões, a projeção das visões errôneas; o medo de
enchentes, a projeção da ganância; o medo de cobras, a projeção da inveja; o
medo de algemas (encarceramento), a projeção da avareza; e o medo de
demônios, a projeção das dúvidas. Esta classificação tradicional dos nossos
medos abrange todo os medos e fobias que se originam de nossos hábitos de
apego e aversão. Em última análise, Tara oferece liberação de quaisquer
medos contidos no sofrimento samsárico. Por esse motivo, é chamada de a
Salvadora Veloz.


História da Linhagem de Tara Vermelha


Tara é o aspecto feminino do Buddha e, da mesma forma que ela é
indissociável do estado desperto iluminado do Buddha, todas as deidades
femininas são aspectos de Tara e indissociáveis dela. Em particular,
prestamos homenagens à vinte e uma Taras que emanam como deusas das famílias padma, vajra, ratna e karma. Os métodos que empregamos para atingir as qualidades iluminadas de Tara foram transmitidos por muitas linhagens de praticantes altamente realizados do budismo tibetano.
A linhagem desta meditação de Tara Vermelha, praticada sob a orientação de
S.E. Chagdud Tulku Rinpoche, teve início de forma enaltecida, como uma
intenção da mente do Buddha Amitabha. De Amitabha passou para
Avalokiteshvara, e daí para uma emanação da própria Tara. De Tara foi ao
renomado mestre budista indiano Nagarjuna, e então para Padmasambhava, o
grande mestre budista que trouxe o budismo Vajrayana ao Tibete no século IX. Padmasambhava transmitiu esse ensinamento ao filho do rei tibetano Trisong Detsen. Ele também o confiou à sua consorte de sabedoria, Yeshe Tsogyal, e pediu que ela o ocultasse como um tesouro, a ser descoberto mais tarde, num tempo em que fosse especialmente benéfico.
Assim, o tesouro do ciclo de Tara Vermelha foi descerrado e codificado mais
de mil anos após Padmasambhava, por Apong Tertön, um grande lama Nyingmapa que viveu neste século. Seu título formal é “A Essência Condensada do Tesouro da Suprema Mente Iluminada: O Ritual de Mandala da Nobre Tara Vermelha, Denominado ‘A Essência Que Realiza Desejos.’”
No final de sua vida, Apong Tertön mandou chamar um monge a quem havia
iniciado na prática de Tara Vermelha e disse-lhe, “Agora, que é chegada a
hora da minha morte, peço-lhe que faça algo por mim. Quando eu tiver 17 anos
em minha próxima vida, venha a mim para conferir a iniciação de Tara
juntamente com a transmissão oral do tesouro em sua íntegra.”
Após a morte de Apong Tertön, os chineses consolidaram sua conquista do
Tibete, e o monge, assim como tantos outros, foi obrigado a fugir. Ele se
tornou refugiado num pequeno país chamado Butão. Apong Tertön renasceu como S.S. Sakya Trizin, chefe da tradição Sakyapa do budismo tibetano. Quando Sakya Trizin chegou aos 17 anos, o monge tentou ir ao seu encontro num local próximo a Dehra Dun, no norte da Índia, mas não conseguiu um passaporte.
Passaram-se muitos anos até que ele, contrastando uma aparência maltrapilha
com a sala de meditação ricamente ornamentada do monastério de Sakya Trizin, conseguisse encontrar seu antigo mestre. Pouco depois do monge conversar com Sakya Trizin por alguns momentos, a congregação de monges presentes na sala de meditação surpreendeu-se com o pedido para que se retirassem e, mais ainda, ao saber que S.S. tomaria uma iniciação de um visitante com uma aparência tão humilde. O monge então conferiu a iniciação de Tara Vermelha a Sakya Trizin e à sua notável irmã, Jetsunma.
A caminho do seu encontro com Sakya Trizin, o monge encontrou S.E. Chagdud Tulku, que se encontrava em Tso Pema, um local sagrado nos Himalaias, ao norte da Índia, onde Guru Padmasambhava estivera em meditação com Mandarava, uma de suas grandes consortes de sabedoria. S.E. Chagdud Tulku sempre havia tido uma ligação com práticas de Tara - sua mãe, que era lama e muito famosa, era na realidade uma emanação de Tara. Em retiro, ele havia realizado extensas práticas de Tara e, apesar de sua afinidade com as deidades vermelhas da família padma, ainda não havia recebido uma prática de Tara Vermelha. Em Tso Pema ele teve muitos sonhos auspiciosos, indicativos de que em breve sua capacidade de beneficiar os outros aumentaria grandemente.
O monge, ao encontrar Rinpoche, disse-lhe que, se recebesse a iniciação de
Tara Vermelha, grandes benefícios apareceria. Rinpoche concordou e, após
receber a iniciação dada pelo monge, cumpriu um prolongado retiro de Tara
Vermelha, durante o qual recebeu muitos sinais de realização.
Embora tenha ganho renome por suas atividades miraculosas como praticante de Tara, Rinpoche não a praticou num círculo mais amplo de pessoas até o
momento de vir para os EUA, quinze anos mais tarde. Em 1980 começou a dar
ensinamentos sobre Tara Vermelha a alguns alunos no Oregon, guiando seu
desenvolvimento pelas etapas de visualização e oferecimento.
O tesouro de Tara Vermelha constitui um ciclo extenso que inclui práticas
preliminares, yoga dos sonhos, práticas curativas, yoga dos canais sutis e
energias (tib. tza lung) e ensinamentos extensos sobre a natureza da mente.
A prática principal foi traduzida e é feita regularmente nos centros Chagdud
Gonpa. As etapas da prática de Tara Vermelha são intercaladas com preces de
homenagens às vinte e uma Taras, escritas por um outro grande lama
Nyingmapa, um contemporâneo de Apong Tertön chamado Kenpo Ngaga.
S.E. Chagdud Tulku também condensou a própria essência da prática em uma
versão mais acessível e concisa em inglês, já traduzida para o português.
Este texto mais curto contém dois níveis de prática: o primeiro é uma
visualização de Tara no espaço à frente, e não requer iniciação; o segundo
inclui a visualização de si mesmo como Tara, e exige iniciação. Por meio da
iniciação, as bênçãos da linhagem são formalmente transmitidas e a mente do
praticante é amadurecida para que realize a profundidade da prática.
S.E. Chagdud Tulku utiliza o texto abreviado como estrutura de apoio para a
yoga dos sonhos de Tara e para as práticas de cura. Como todos os textos
litúrgicos tibetanos (sânsc. sadhana), o texto é dividido em três partes
principais: as preces preliminares, a prática principal e as preces de
conclusão.

Egoísmo inteligente

Posted: 25 Apr 2012 07:09 AM PDT
Dalai Lama (Tibete, 6 de julho de 1935 ~):
[...] Agora, não há nada inerentemente errado em perseguir os próprios objetivos. Pelo contrário, fazer isso é a expressão natural de nossa disposição fundamental de buscar felicidade e evitar o sofrimento. Na verdade, devido ao fato de cuidarmos de nossas próprias necessidades é que temos a capacidade natural de apreciar a bondade e o amor dos outros.
Esse instinto do interesse próprio só se torna negativo quando estamos excessivamente focados em nós. Quando isso acontece, nossa visão estreita, arruinando nossa habilidade de ver as coisas em seu contexto mais amplo. E, dentro dessa perspectiva estreita, mesmo pequenos problemas podem criar frustração enorme, aparentando ser insuportáveis.
Em tal estado, se mudanças grandes realmente surgirem, o perigo é que perderemos toda esperança, nos sentindo desesperados e sozinhos, sendo consumidos pela auto-piedade.
O que é importante é que, ao perseguir nosso interesse próprio, devemos ter um “egoísmo inteligente” e não um “egoísmo tolo”. Egoísmo tolo significa satisfazer nossos próprios interesses com uma visão estreita, de curto alcance. Egoísmo inteligente é ter uma visão ampla e reconhecer que nosso próprio interesse individual a longo prazo depende do bem estar de todos. Ter um egoísmo inteligente significa ser compassivo.
“Beyond Religion”, loc. 599

Esquecer sobre o karma

Esquecer sobre o karma
Posted: 27 Apr 2012 10:10 AM PDT
Dzongsar Khyentse Rinpoche (Butão, 1961 ~):
Lembre-se continuamente sobre a morte e o karma porque — surpreendentemente, talvez — a maioria de nós acha isso bem fácil de esquecer. Um sinal de que esquecemos sobre o karma é que nunca paramos de reclamar sobre todas as pessoas, desde o Buda até nosso guru, para nossos maridos, esposas, amigos e estranhos na rua.
Por exemplo, imagine uma pessoa muito teimosa que insiste em dirigir por uma estrada ruim na beira de um precipício. Ele é informado sobre como é perigosa essa rota específica, e que dirigir embriagado é apenas pedir problemas; mas ele ignora todos os avisos. Então, inevitavelmente, um dia ele está tão aturdido pelo álcool que acelera perto demais do fim da pista e seu carro mergulha nas pedras lá embaixo. Mesmo assim, ele gasta seus últimos segundos lamentando sobre como tudo isso é injusto.
É assim que nós seres humanos dirigimos nossas vidas. Se fôssemos examinar as causas de todas as diversas tragédias que passamos, descobriríamos como nós próprios sistematicamente reunimos exatamente as causas e condições que garantem os resultados que vivenciamos. Ainda assim, tudo que fazemos é reclamar! Isso mostra quão pouco compreendemos sobre causas, condições e efeitos, e quão pouco confiamos no Buda, darma e sangha.
“Not For Happiness”, loc. 300

Eventos


Textos relacionados

  1. Objetivo dos ensinamentos sobre karma
  2. Vacuidade e compreensão sobre karma
  3. Isso é o karma

A Verdadeira Era das Trevas


A Verdadeira Era das Trevas

 

Por Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche
The Buddhist Channel”, 30 de janeiro de 2012
Himachal Pradesh, India
Algumas pessoas dizem que a era das trevas, a era do vício – kaliyuga (o último dos quatro estágios que o mundo atravessará como parte do ciclo dos yugas descritos nas escrituras indianas), está acontecendo agora, ou no mínimo, se iniciará em breve. Alguns até mesmo temem que no final de 2012, o mundo do modo como o conhecemos, irá terminar.
Mas, o que determina se uma era é das trevas ou de ouro? Quais os sintomas e sinais? Terremotos, um céu púrpura, atividades meteóricas, estes não são presságios do juízo final, como nos fizeram crer.
Do mesmo modo, querubins voando, uma economia proeminente, liberdade de informação e tempos pacíficos não são necessariamente sinais de uma era de ouro.
A era de ouro ocorre quando as pessoas valorizam sentimentos como a empatia e o perdão, quando têm disposição para compreender o ponto de vista dos outros e se sentem contentes com o que possuem.
Quando tais valores são sistematicamente sabotados, então se pode dizer que o amanhecer do dia do juízo final já começou. Quando olhamos um mendigo inofensivo como sendo uma praga e invejamos os bilionários que destroem o planeta estamos contribuindo para o início do fim.
Como o Buda ensinou, tudo depende de causas e condições. Eras das trevas e eras de ouro não são uma exceção. Elas não são predestinadas, nem imprevisíveis ou caóticas.
O destino é algo condicionado. Nosso próprio “eu” determina tais causas e condições. Você pode criar seu destino, suas escolhas são o seu destino. Aquilo que somos e como somos nesse momento depende daquilo que fizemos no passado. E o que seremos no futuro depende do que somos e como somos agora.
Sakyamuni com seus pés de lótus, pode aproximar-se da sua porta e oferecer sua tigela, mas se continuarmos obcecados por relógios Patek Philipe, fama e amigos, ou por um abdômen malhado, então a verdade do Buda irá nos incomodar, se tornará uma verdade inconveniente.
Muito embora possamos estar no meio da Kaliyuga – sujeitos a uma infinidade de causas e condições de uma época de escuridão, facilmente distraídos e presos a pensamentos ligados a nossa própria auto-preservação e aspirando encontrar referenciais em valores materialistas ou consumistas – podemos tirar vantagem dessa situação.
Diz-se que durante os tempos de degenerescência a compaixão dos Budas e dos Bodisatvas se torna ainda mais fortalecida. Alguém espiritualmente capacitado pode tirar proveito dessa situação. A era da escuridão pode ser como um lembrete da urgência e da preciosidade do Buda, do Darma e da Sanga.
Como seres que dependem de condições, temos que buscar a luz, e cultivar as condições que nos tragam luz. Precisamos constantemente nos lembrar do oposto do materialismo. Para isso, precisamos da imagem do Buda, do som do Darma, e da estrutura da Sanga.
Nos últimos anos perdemos algumas das maiores manifestações do Buda, como Kyabje Trulshik RinpocheMindroling Trinchen Rinpoche e Penor Rinpoche, que foram grandes inspirações e lembranças. Mas, embora essas manifestações tenham se dissolvido, tenha em mente que a sua compaixão desconhece o significado das limitações.
Dentro do espírito de onde há uma demanda, há uma oferta, devemos ter aspirações e  anseios de que as manifestações dos Budas e Bodisatvas nunca cessem, e – usando um termo da moda – que seus renascimentos sejam rápidos.
Mas tal renascimento não deve se limitar à figura de uma criança tibetana, criada no interior da tradição e de uma cultura particular. Podemos aspirar que os Budas renasçam de todas formas, mesmo como algo aparentemente tão insignificante como uma brisa, para nos lembrar de valores como amor, compaixão e tolerância.
Devemos gerar um campo magnético para que miríades de manifestações do Buda possam surgir e não apenas tulkus que slata de trono em trono ou que dirigem um Rolls Royce, produtos muitas vezes de um nepotismo religioso.

Dzongsar Jamyang Khyentse Rinpoche, também conhecido como Khyentse Norbu, é um lama butanês, cineasta e escritor. Seus dois filmes mais importantes são A Copa (1999) e Viajantes e Mágicos (2003). Ele é o autor do livro “O Que Faz Você Ser Budista?”.
Tradução Brenda Neves. Revisão Letícia Ramos, Miguel Berredo e Carmen Jinpa.

Om Ah Hung


OM AH HUNG
“Ao repetir OM AH HUNG visualize que:
OM: purifica o néctar de todas as imperfeições de cor, odor, sabor, etc. (audição e tato).
AH: faz com que ele aumente muitas vezes.
HUNG: transforma-o em tudo que se pode desejar. Ele adquire a natureza do néctar imaculado.
* Néctar – em sânscrito Amrita – em tibetano Dutsi – lit. “o imortal” que vence o demônio (bdud) da morte. É um símbolo de sabedoria. Imaculado (zag med) significa “não maculado por emoções negativas, de sabedoria primordial que se manifesta em nuvens que emanam e satisfazem todos os desejos possíveis”.
Por Patrul Rinpoche – (1808/1887) – Em "As Palavras do Meu Professor Perfeito" – págs. 435/436

Esquecer sobre o karma

Posted: 27 Apr 2012 10:10 AM PDT
Dzongsar Khyentse Rinpoche (Butão, 1961 ~):
Lembre-se continuamente sobre a morte e o karma porque — surpreendentemente, talvez — a maioria de nós acha isso bem fácil de esquecer. Um sinal de que esquecemos sobre o karma é que nunca paramos de reclamar sobre todas as pessoas, desde o Buda até nosso guru, para nossos maridos, esposas, amigos e estranhos na rua.
Por exemplo, imagine uma pessoa muito teimosa que insiste em dirigir por uma estrada ruim na beira de um precipício. Ele é informado sobre como é perigosa essa rota específica, e que dirigir embriagado é apenas pedir problemas; mas ele ignora todos os avisos. Então, inevitavelmente, um dia ele está tão aturdido pelo álcool que acelera perto demais do fim da pista e seu carro mergulha nas pedras lá embaixo. Mesmo assim, ele gasta seus últimos segundos lamentando sobre como tudo isso é injusto.
É assim que nós seres humanos dirigimos nossas vidas. Se fôssemos examinar as causas de todas as diversas tragédias que passamos, descobriríamos como nós próprios sistematicamente reunimos exatamente as causas e condições que garantem os resultados que vivenciamos. Ainda assim, tudo que fazemos é reclamar! Isso mostra quão pouco compreendemos sobre causas, condições e efeitos, e quão pouco confiamos no Buda, darma e sangha.
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Instruções Resumidas para a Prática Diária

Instruções Resumidas para a Prática Diária
Bokar Rinpoche
01. Manhã
1.1. O primeiro pensamento do dia. Ao se levantar, no leito, em postura de meditação, pensar: "Possam todos os seres se levantar do leito do samsara. Possam todos os seres atingir o Corpo Absoluto do Despertar".
1.2. Exercícios respiratórios. No leito:
Expulsão do ar residual: Sentados na cama, nós tomamos uma inspiração profunda. Ao expirarmos, nós esticamos os dedos da mãos, que repousam sobre os joelhos. A expiração deve ser leve no começo, mais forte no meio, e novamente leve no final. Embora expiremos pelo nariz, ao mesmo tempo, nós pensamos que nós rejeitamos o ar pela boca e por todos os poros da pele. Nós imaginamos que o ar exalado tem a cor negra; que ele carrega o mau karma, véus e emoções pertubadoras acumuladas desde tempos sem princípio; e que todos os aspectos negativos desaparecem à distância. Então inspiramos profundamente, fechando ao memso tempo as mãos. Nós pensamos que a compaixão e a bênção dos Buddhas e Bodhisattvas, sob a forma de uma luz de cinco cores (branca, azul, amarela, vermelha e verde), entram pelo nariz, boca e poros, e circula pelo corpo. Nós fazemos três ciclos de inspiração e expiração.União Respiração - Mente: Depois de ter expulsado o ar residual, nós respiramos normalmente. Relaxados e sem distração, nós focamos nossa atenção completa na respiração, tornando a mente e a respiração unas. Nós fazemos isso por sete ciclos.
Respiração Sagrada do Vajrayana: Se nós recebemos iniciações, nós associamos a respiração às três sílabas OM AH HUNG que incluem a essência de todos os mantras e representam o Corpo, a Palavra e a Mente de todos os Buddhas. Consequentemente, elas também contêm a essência de todas as iniciações que nós recebemos. Quando inalamos, imaginamos que uma luz branca nos penetra ao mesmo tempo em que pronunciamos mentalmente a sílaba OM. No auge da inspiração, nós imaginamos que nosso coração e peito estão plenos de uma luz vermelha, ao mesmo tempo em pronunciamos mentalmente a sílaba AH. Finalmente, enquanto expiramos, nós imaginamos que o ar que deixa nosso corpo assume a forma de uma luz azul, ao mesmo tempo que recitamos mentalmente a sílaba HUNG. Nós fazemos issso três vezes.
1.3. Dirigir corretamente o mente. No leito: nós nos compromentemos a praticar o máximo possível pensando: "Hoje, deste instante até o momento à noite em que adormecer, procurarei realizar tudo que é positivo e rejeitar tudo que é negativo. Eu praticarei o caminho espiritual para tornar-me capaz de ajudar todos os seres a se libertarem do sofrimento e progredirem em direção ao Despertar". Nós nos comprometemos a não nos esquecermos os compromissos tomados de manhã por todo o dia: "Hoje, eu evitarei causar danos com minha atividade física. Eu evitarei causar danos com minha fala. Eu evitarei causar danos com meus pensamentos. Hoje, eu farei o melhor para me envolver em atividades físicas benéficas. Eu farei o melhor para falar somente palaras úteis e agradáveis. Eu farei o melhor para nutrir pensamentos benevolentes em relação a todos os seres".
1.4. Toalete que purifica. Prática de Dorje Sempa, que deve ser feita ao mesmo tempo em que se faz a toalete. Visualizamos, diante de nós, Dorje Sempa no espaço. Do corpo de Dorje Sempa escoa um néctar luminoso, que purifica o nosso corpo tanto externa como internamente. Pensamos que estamos sendo purificados de todo karma negativo e dos véus que obscurecem nosso corpo, palavra e mente. Ao terminar a toalete, imaginamos que Dorje Sempa se funde em nós. Ao longo do processo recitamos o mantra de Dorje Sempa (o longo, de cem sílabas, ou o curto - Om Benzra Sato Hung).
1.5. Fazer as oferendas. Diante do altar, fazemos as sete oferendas (água para beber, água para os pés, flores, incenso, luz, água perfumada, alimento e música). Prosterna-nos três vezes, recitando a oração Köntchog sum la tch'agtsel lo / Om namo mendjushiri ye / Namo su shiri ye / Na mo ütama shiri ye soha// 
Imaginamos, enquanto nos prosternamos, que no espaço à frente estão presentes as Três Jóias (Buddha, Dharma e Sangha) e as Três Raízes ( Lamas, Yidams, Protetores).
1.6. Homenagem ao Senhor Buddha. Sentado em frente do altar, recitamos a tomada de Refúgio no Senhor Buddha três vezes Lama tönpa tchomdende deshinshegpa dratchompa yangdagpar dzogpei sanggye pel gyelwa shakya t'ubpa la tch'agtsel lo / Tch'ö su k'yab su tch'i o / Djin gyi lab tu söl//e recitamos sete vezes o mantra do Buddha Shakyamuni
Teyata Om Muni Muni Maha Muneye Soha.
1.7. Tomada de refúgio. Diante do altar, tomamos refúgio três vezes, segundo a fórmula das preliminares (ver instruções com o Lama) ou segundo a fórmula curta 
La ma la k'yab su tch'i o / Sang gye la k'yab su tch'i o / Tch'ö la k'yab su tch'i o / Guen dün la k'yab su tch'i o//
1.8. Prática de Tchenrezig. Dependendo do tempo que se dispõe, realizamos a prática curta.

02. Durante as refeições
2.1. Oferenda dos alimentos. Antes das refeições, oferecemos os alimentos às Três Jóias, ou ao Yidam, ou ao Lama raiz.

03. Noite
3.1. Prática de Tchenrezi. Realizamos diante do altar.
3.2. Retrospectiva do dia. Diante do altar, arrependemo-nos dos atos negativos, tomamos a decisão de não mais cometê-los e dedicamos os atos positivos a todos os seres para que obtenham a Mente do Despertar.
3.3. Prece para renascer na terra pura de Dewatchen . Realizamos diante do altar.
3.4. Limpeza das oferendas. Diante do altar, esvaziamos e limpamos as tigelas das oferendas, fazendo, depois, três prosternações com o mantra apropriado.
3.5. No momento de dormir. Dormimos, se possível, na postura do leão (deitados sobre o lado direito, alinhados, com a cabeça repousada sobre a mão direita), mantendo o Senhor Buddha, ou o Lama, ou o Yidam no coração.

Oito versos que transformam a mente

Ensinamentos: Oito Versos que Transformam a Mente

Vou agora ler e explicar brevemente um dos mais importantes textos sobre a transformação da mente, Lojong Tsigyema (Oito Versos que Transformam a Mente). Este texto foi composto por Geshe Langri Tangba, um bodisatva bastante incomum. Eu próprio o leio todos os dias, tendo recebido a transmissão do comentário de Kyabje Trijang Rinpoche.
1. Com a determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.
Aqui, estamos pedindo: "Possa eu ser capaz de enxergar os seres como uma jóia preciosa, já que são o objeto por conta do qual poderei alcançar a onisciência; portanto, possa eu ser capaz de prezá-los e estimá-los."
2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.
"Com todo respeito considerá-las supremas" significa não as ver como um objeto de pena, o qual olhamos de cima, mas, sim, as ver como um objeto elevado. Tomemos, por exemplo, os insetos: eles são inferiores a nós porque desconhecem as coisas certas a serem adotadas ou descartadas, ao passo que nós conhecemos essas coisas, já que percebemos a natureza destrutiva das emoções negativas. Embora seja essa a situação, podemos também enxergar os fatos de um outro ponto de vista. Apesar de termos consciência da natureza destrutiva das emoções negativas, deixamo-nos ficar sob a influência delas e, nesse sentido, somos inferiores aos insetos.
3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.
Quando nos propomos uma prática desse tipo, a única coisa que constitui obstáculo são as negatividades presentes no nosso fluxo mental; já espíritos e outros que tais não representam obstáculo algum. Assim, não devemos ter uma atitude de preguiça e passividade diante do inimigo interno; antes, devemos ser alertas e ativos, contrapondo-nos às negatividades de imediato.
4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.
Essas linhas enfatizam a transformação dos nossos pensamentos em relação aos seres sencientes que carregam fortes negatividades. De modo geral, é mais difícil termos compaixão por pessoas afligidas pelo sofrimento e coisas assim, quando sua natureza e personalidade são muito perversas. Na verdade, essas pessoas deveriam ser vistas como objeto supremo da nossa compaixão. Nossa atitude, quando nos deparamos com gente assim, deveria ser a de quem encontrou um tesouro.
5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.
Falando de modo geral, sempre que os outros, injustificadamente, fazem algo de errado em relação à nossa pessoa, é lícito retaliar, dentro de uma ótica mundana. Porém, o praticante das técnicas da transformação da mente devem sempre oferecer a vitória aos outros.
6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.
Normalmente, esperamos que os seres sencientes a quem muito auxiliamos retribuam a nossa bondade; é essa a nossa expectativa. Ao contrário, porém, deveríamos pensar: "Se essa pessoa me fere em vez de retribuir a minha bondade, possa eu não retaliar mas, sim, refletir sobre a bondade dela e ser capaz de vê-la como um guia especial."
7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.
O verso diz: "Em suma, possa eu ser capaz de oferecer todas as qualidades boas que possuo a todos os seres sencientes," — essa é a prática da generosidade — e ainda: "Possa eu ser capaz, em sigilo, de tomar sobre mim todos os males e sofrimentos deles, nesta vida e em vidas futuras." Essas palavras estão ligadas ao processo da inspiração e expiração.
Até aqui, os versos trataram da prática no nível da bodhicitta convencional. As técnicas para cultivo da bodhicitta convencional não devem ser influenciadas por atitudes como: "Se eu fizer a prática do dar e receber, terei melhor saúde, e coisas assim", pois elas denotam a influência de considerações mundanas. Nossa atitude não deve ser: "Se eu fizer uma prática assim, as pessoas vão me respeitar e me considerar um bom praticante." Em suma, nossa prática destas técnicas não deve ser influenciada por nenhuma motivação mundana.
8. Vou aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.
Essas linhas falam da prática da bodhicitta última. Quando falamos dos antídotos contra as oito atitudes mundanas, existem muitos níveis. O verdadeiro antídoto capaz de suplantar a influência das atitudes mundanas é a compreensão de que os fenômenos são desprovidos de natureza intrínseca. Os fenômenos, todos eles, não possuem existência própria — eles são como ilusões. Embora apareçam aos nossos olhos como dotados de existência verdadeira, não possuem nenhuma realidade. "Ao compreender sua natureza relativa, possa eu ficar livre das cadeias do apego."
Deveríamos ler Lojong Tsigyema todos os dias e, assim, incrementarmos nossa prática do ideal do bodisatva.
(Extraído de The Union Of Bliss And Emptiness.)

Acumulando méritos

Acumulando Méritos

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0 A primeira coisa que devemos fazer ao coletar qualquer mérito é estabelecer a motivação.  Você lembra que está acumulando méritos não só para que suas condições sejam menos difíceis, mas para que todos os seres encontrem contentamento.
0 Por exemplo, não é errado querer ter dinheiro. Apenas será errado querer ter dinheiro se você mantiver apego ou fixação egoísta a este dinheiro. Uma pessoa com mais dinheiro pode oferecê-lo generosamente, e assim pode ajudar os outros de uma forma bem direta. Então consideramos como seria ser afortunado porque poderíamos ajudar mais amplamente os outros, não por outras razões.
Esta é a forma correta de acumular méritos dentro de um plano relativo. Existe ainda uma "acumulação" absoluta de méritos, que é o não-desviar-se do estado desperto, mas esta você terá que aprender de um lama qualificado e através da prática de meditação que ele lhe aconselhar.
Qualquer coisa que você faça, lembre de que não é apenas para você. Quando for apenas para você, pense em como poderia fazer de forma que fosse melhor para todos. Quando for ao banheiro ou jogar comida no lixo, pense que seus excrementos e restos alimentarão bactérias e outros seres. Quando falar, fale de uma forma que seja adequada e ajude os outros, e ofereça boas palavras em sentido e intenção. Tudo que você pensar de agradável, pense "que os Budas, Bodisatvas e os seres dos seis reinos possam usufruir disto". Tudo que você experimentar de agradável, idem.
Quando você der comida a uma pessoa ou animal faminto, pense "que em todas as pessoas surja o pensamento sublime da generosidade". Quando você cometer erros, pense "que todos fiquem livres das consequências deste erro, e que não cometam erros semelhantes". Todas as circunstâncias são adequadas para a prática de acumulação de méritos. Quando você teclar ao computador pense "que todos possam ver com boa intenção estas palavras e sejam compelidas a aplicá-las em suas vidas até que encontrem contentamentos temporários e liberdade definitiva".
Quando você vir uma pessoa ganhando 500 mil reais num programa de TV, você não pensa "ele não merecia" ou pensa no que faria (para si e para a família) com os 500 mil reais se fosse você - ou desenvolve aversão pela TV - assim por diante. Você pensa "que ele obtenha contentamento com este dinheiro, e que muitos possam se beneficiar através dele".
Ao se regozijar com a felicidade dos outros, por pequena ou tola que seja ou pareça, você está acumulando mérito.
Com relação a acumulação de méritos, temos três tipos de oferendas e dois tipos de recipientes.
O melhor recipiente é um grande praticante, que saberá aplicar sua oferenda de forma a trazer o maior benefício espacial ou temporalmente. Por isto fazer oferendas a centros de dharma e mestres espirituais é o que produz maior acumulação de méritos.
O segundo melhor recipiente é um ser senciente. Ele obterá certo contentamento de sua oferenda, mas em geral não terá sabedoria para transformar e ampliar este contentamento de forma que atinja muitas pessoas num âmbito longo de tempo. Por exemplo, você poderia dar dinheiro para alguém construir uma casa. Aquela casa pode durar uma ou duas gerações e beneficiar aquela família por algum tempo. Agora, se você doa dinheiro para a consturção de um templo, isso pode durar muito mais e trazer muito mais benefício para muito mais pessoas. O templo de Três Coroas foi construído para durar 500 anos ou mais—que outra obra você vê atualmente ser construída para durar 500 anos?
De qualquer forma, oferecemos o que quer que tenhamos incessantemente aos seres que se apresentam.  Oferecemos nossa presença, nossa fala, nosso trabalho, nossas posses, nosso corpo, assim por diante.
Os três tipos de oferendas são:
• Prática espiritual, que é a melhor oferenda.  Se nos tornamos um exemplo da liberdade completa que um ser humano pode usufruir, como no caso do Buda, esta é a maior oferenda que podemos oferecer, e portanto é a mais digna e a que mais devemos nos esforçar para desenvolver, caso ainda não a tenhamos para oferecer.
• A segunda melhor oferenda é trabalho, esforço físico ou intelectual que promova o dharma ou o bem-estar temporário dos seres. A promoção dos ensinamentos espirituais é evidentemente mais meritória do que o simples bem-estar temporário dos seres. Devemos nos aplicar na oferenda de ambas as formas de trabalho.
• A terceira melhor oferenda é de bens, dinheiro ou objetos físicos.
Por exemplo, estou aqui explicando isto a você, então temos as palavras em si, que podem ser armazenadas e lidas. Esta é uma oferenda física. Também há o gasto com a conexão da internet, com o desgaste do computador etc. Essas coisas todas são oferendas materiais. Também estou colocando meu tempo e aplicando minha inteligência para explicar isto. Portanto é uma oferenda de trabalho.
Quanto a oferenda de prática, se isto aqui for efetivo e aplicado por todos que entrarem em contato, ela não terá sido em vão. E eventualmente poderemos todos usufruir de uma terra pura e atingir a buditude simultaneamente.
Se a pessoa que lê isto toma de uma maneira convencional o que estou dizendo, ela obtém certo benefício, mas se ela for capaz de aplicar isto efetivamente de uma maneira ampla, então é um grande praticante espiritual, e a oferenda atinge seu ápice. Não desperdicemos esta oportunidade.
Mesmo que estas palavras sejam imperfeitas e a minha motivação de praticante iniciante seja flutuante, na medida em que isso efetivamente trouxer benefício, então saberemos se isto foi, além de uma oferenda de trabalho e material, uma oferenda de prática espiritual.
...
Após acumularmos os méritos, fazemos a "dedicação". Ou seja, entregamos sem pestanejar nossas acumulações para benefício de todos os seres.
Isso é obtido através da realização do vazio, da ausência de um "eu" ou essência inerente de uma identidade, o destemor de Prajna.  Não há uma pessoalidade que acumula os méritos - e assim seríamos capazes de entregar nosso próprio corpo como alimento aos seres.
...
"Ao longo de todas minhas incontáveis experiências, cada fenômeno com que me deparei, inclusive estas palavras e o que quer que surja depois disto, ofereço a todos os seres. Que através dessa virtude todos os seres possam atingir completa liberdade e satisfação temporária. Que toda dor cesse enquanto a compaixão floresce. Possa eu nitidamente vivenciar a qualidade onírica de cada fenômeno, instantaneamente despertando para sua manifestação inata de sabedoria. Possa eu rapidamente alcançar completa liberdade sem esforço, de forma que minha desimpedida expressão incessante beneficie a todos."


Fonte de nossa felicidade mais duradoura

Posted: 30 Apr 2012 07:53 AM PDT
Joseph Goldstein:
A segunda ação hábil é a moralidade (sila, em pali). Em seu louvor a Ghatikara [...], o Buda Kassapa repete os cinco preceitos básicos de não causar dano, abster-se de: matar, roubar, conduta sexual imprópria, mentir e ingerir intoxicantes. Às vezes, a prática de sila, permanecer dentro dos cinco preceitos, é fácil — apenas fazemos o que parece natural para nós. Outras vezes, no entanto, as escolhas diante de nós podem ser difíceis, e seguir um preceito básico pode significar a renúncia de algum desejo, um ato consciente de retenção. Nesses momentos, sila se torna verdadeiramente uma prática de transformação. É aqui que temos a chance de fortalecer nossa proverbial fibra moral.
Compreender sila como uma prática consiste em entender que a felicidade ou infelicidade do momento não deve ser o único fator decisivo para fazermos nossas escolhas. Às vezes, uma experiência prazerosa no momento leva a resultados indesejados no futuro — veja os efeitos dos diversos tipos de vício ou de gestações indesejadas.
E, às vezes, experiências desagradáveis ou dolorosas no presente levam a bons resultados mais tarde. Pense no esforço de um atleta treinando para as Olimpíadas ou alguém em seu primeiro retiro de meditação.
O que deve guiar nossas ações não deve ser simplesmente se algo é prazeroso ou desagradável agora mesmo, mas se qualidades benéficas de mente e coração estão sendo fortalecidas. Essas qualidades é que são a fonte de nossa felicidade mais duradoura.
“One Dharma” (loc. 1211)

A benção da generosidade


Dzongsar Khyentse Rinpoche
Dzongsar Khyentse Rinpoche (Butão, 1961 ~)
Há um motivo porque, quando aprendemos as seis perfeições, a generosidade sempre vem primeiro. Como seres humanos, somos tão impacientes: queremos gratificação instantânea, felicidade instantânea, resultados instantâneos.
Com frequência, ouvimos: se você for generoso, no futuro será rico. Mas essa é apenas uma maneira bem simplista de explicar as coisas. Se você realmente refletir em profundidade sobre a prática da generosidade, verá que ela não apenas causa felicidade futura, a própria prática é felicidade instantânea.
Quando pede-se a crianças novas que deem algo, elas dão com tanta alegria! Dar faz parte do que elas são. Mesmo que muitos de nós tenhamos propósitos ocultos ao darmos presentes, o ato de dar ainda traz uma alegria e satisfação.
Você pode ser generoso e deixar as pessoas saberem que é você que está fazendo a doação e assim ficar feliz. Ou pode realizar atos de generosidade sem ninguém saber. Frequentemente, sua alegria vai aumentar ainda mais se você manter sua generosidade em segredo.
E, obviamente, não é preciso explicar que se a generosidade estiver acompanhada pela sabedoria da não-dualidade, esse é o ato supremo dos bodisatvas. Então, é bem compreensível que, de todas as perfeições, a generosidade seja ensinada primeiro. Ela nos dá instantaneamente a benção da alegria.
Quando alguém é generoso conosco, nos sentimos tão tocados; e nos regozijamos nessa generosidade. O mesmo deve acontecer quando somos generosos com os outros.
Mensagem em boletim da Khyentse Foundation - Blog Samsara


"Eu e todos os seres sencientes, até alcançarmos a iluminação,
Nos refugiaremos em Buda, Darma e Sanga."

Riqueza da natureza básica

Posted: 16 Apr 2012 08:11 AM PDT
Mingyur Rinpoche
Yongey Mingyur Rinpoche (Nepal, 1975 ~):
Ao partir, eu gostaria de lhe dar um pequeno conselho para ser guardado em seu coração. Você pode ter me ouvido dizer isso antes, mas é o ponto chave de todo o caminho, por isso vale a pena repetir: Tudo o que estamos procurando na vida – toda a felicidade, contentamento e paz de espírito – está bem aqui no momento presente. Nossa própria consciência é fundamentalmente pura e boa. O único problema é que ficamos tão envolvidos nos altos e baixos da vida que não temos tempo para fazer uma pausa e observar o que já temos.
Não se esqueça de abrir espaço em sua vida para reconhecer a riqueza de sua natureza básica, para ver a pureza do seu ser e deixar que as suas qualidades inatas de amor, compaixão e sabedoria possam surgir naturalmente. Nutrir esse reconhecimento como se fosse uma pequena muda. Permitir que ele cresça e floresça.
Muitos de vocês generosamente perguntaram como poderiam ajudar a apoiar meu retiro. Minha resposta é simples: mantenha este ensinamento no coração da sua prática. Onde quer que esteja e qualquer que seja sua atividade, faça uma pausa de vez em quando e relaxe sua mente. Você não tem que mudar coisa alguma de sua experiência. Você pode deixar pensamentos e sentimentos irem e virem livremente e deixar seus sentidos bem abertos. Faça amizade com sua experiência e veja se você pode notar a consciência espaçosa que está com você o tempo todo. Tudo o que você sempre quis está aqui neste momento presente da consciência.
tradução da comunidade Tergar SP (há uma tradução na íntegra no blog quietamente; e o original em inglês no site da Tergar)
Eventos:

Textos relacionados:
  1. Experiência da vacuidade
  2. Riqueza verdadeira
  3. Natureza do mestre

Intervalo entre os pensamentos



Dipamkara Maceió


Posted: 11 Apr 2012 06:25 AM PDT

Na mente ordinária, percebemos o fluxo de pensamentos de modo contínuo, mas na realidade esse não é o caso. Você vai descobrir por si mesmo que há um intervalo entre cada pensamento. Quando o pensamento passado acabou, e o pensamento futuro ainda não surgiu, você encontrará sempre um intervalo em que Rigpa, a natureza da mente, é revelada. Assim, o trabalho da meditação é permitir que os pensamentos desacelerem, para tornar esse intervalo cada vez mais aparente. (Sogyal Rinpoche - Glimpse of the Day - 12/06/12)

Em Inglês:

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Posted: 11 Apr 2012 06:25 AM PDT

Na mente ordinária, percebemos o fluxo de pensamentos de modo contínuo, mas na realidade esse não é o caso. Você vai descobrir por si mesmo que há um intervalo entre cada pensamento. Quando o pensamento passado acabou, e o pensamento futuro ainda não surgiu, você encontrará sempre um intervalo em que Rigpa, a natureza da mente, é revelada. Assim, o trabalho da meditação é permitir que os pensamentos desacelerem, para tornar esse intervalo cada vez mais aparente. (Sogyal Rinpoche - Glimpse of the Day - 12/06/12)

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Meditação Shamata



Meditação Shamata


Falaremos um pouco sobre a meditação shamatha. Penso que pode ser bom tentarmos e realmente fazermos a meditação conforme prosseguimos. Então, falarei um pouco e em seguida vocês meditarão um pouco, então falarei algo mais e vocês meditarão um pouco mais. Se fizerem isso, então saberão do que estou falando, as instruções farão mais sentido. De outro modo, talvez vocês não sejam capazes de conectar as instruções à meditação.
A técnica real é muito simples. Em geral, todos os grandes meditadores do passado aconselharam a nos sentarmos eretos quando meditarmos. Quando nos sentamos eretos, há um sentido de alerta, um sentido de importância; isto produz a atmosfera correta.
Nesta instrução específica, irei sugerir que não usemos um objeto externo. Às vezes ouvimos a instrução shamatha usando um objeto externo, como uma flor, mas aqui usaremos a tradição padrão Theravada de usar nossa a respiração como objeto. Então, nos concentramos em nossa respiração, simplesmente seguimos nossa inspiração e expiração. É isso. Nossa mente é focada na respiração, nossa postura é ereta, nossos olhos estão abertos. Vamos fazer isso por enquanto e então falaremos um pouco mais. Essa é a técnica essencial, basicamente não fazer nada.
Simplesmente nos sentamos eretos e observamos a nossa meditação. Não estamos preocupados com nossas distrações, com todos esses pensamentos que ocupam a nossa mente. Apenas sentamos. Sozinhos. Apenas por nós mesmos. Absolutamente nenhuma referência... Nós, a respiração e a concentração, isso é tudo o que temos.
Então sentamos, nos concentramos na respiração, nada mais. Então, alguns pensamentos podem vir. Quando estes pensamentos vierem, o que fazemos? Não fazemos nada. Há apenas um método aqui — um único método para aplicar a todas as ocasiões. Esse método é se concentrar na respiração, isso é tudo.Qualquer número de distrações pode ocorrer, coisas que vocês falaram ontem, filmes que assistiram na semana passada, uma conversa que acabaram de ter, coisas que precisam fazer amanhã, um pânico súbito — eu desliguei o gás esta manhã na cozinha? Coisas assim, tudo isto virá, e quando estas coisas vierem, voltem à respiração. Este é o slogan da instrução shamatha. Apenas voltem. A cada vez que percebermos que nos distraímos, nos lembramos das instruções e voltamos. Voltamos à respiração. Vamos fazer isto por algum tempo.

Dzongsar jamyang khyentse, thubten chökyi gyamtso





Motivo de adquirir coisas

Quarta-feira, 11 de Abril de 2012 15:53

Samsara


Posted: 11 Apr 2012 09:47 AM PDT

Kangyur Rinpoche
Kangyur Rinpoche (Tibete, 1898 – Índia, 1975):
De todos os bens da prosperidade, o contentamento é supremo,
Disse aquele que ensinou e guiou deuses e homens.
Então esteja sempre contente; se você sabe isso
E não tem bens, a verdadeira riqueza encontrou.
Nagarjuna (Índia, séc. II), “Carta a um amigo”
De todas as coisas valiosas que existem, como ouro e prata, exatamente a maior riqueza é estar contente e ter pouco desejo por tais coisas, como o mestre dos deuses e humanos, o Buda Bhagavan, declarou no “Sutra requisitado por Surata”:
Para aqueles que são sempre generosos
Embora não tenham um único punhado de comida,
A maior riqueza na terra é verdadeiramente deles,
Assim foi ensinado por aqueles de visão perfeita.
Então, em todas as circunstâncias, esteja contente. Quando você vivencia o contentamento, mesmo se não possui um pouco de ouro ou outras coisas valiosas, será rico de verdade, porque, uma vez contente, você chegou exatamente ao motivo de adquirir coisas.
“Letter to a Friend”, v.34

Textos relacionados:
  1. Riqueza verdadeira
  2. Natureza de todas as coisas
  3. Ver as coisas como elas são

Meditação e depressão

Meditation and depression

depressed man from behindAlong with stress (which I’ve written about elsewhere on Wildmind), depression is another deeply unpleasant, and sometimes devastating, experience that motivates people to learn to meditate.
Can meditation be useful for those who have a tendency to feel depressed? And can those whose depression is caused by chemical imbalances (e.g. those who live with bipolar disorder or manic-depression) usefully meditate?
I am convinced that meditation can be very helpful for depression, whether the depression is situational (caused by external events) or organic (caused by chemical imbalances in the brain). Research has also shown that learning to meditate can dramatically reduce the chances of relapse into depression for those who have suffered repeated bouts.
I am not a mental health professional, and make no claims for any expertise in the field of mental health in general, or with depression in particular. However, I know meditators who have struggled with depression, and they have found their practice to be a great support. I’ve also experienced periods of depression myself, and mindfulness has been an invaluable tool for emerging from that state.
There may be some kinds of meditation which are not of benefit to those who have a tendency to experience depression, and I will mention those in this section. The Mindfulness of Breathing and Metta Bhavana practices however, are certainly useful for anyone to practice.
In fact the Metta Bhavana (development of lovingkindness) practice is highly recommended for those who experience depression.
However there may also be times when it’s best for those who are depressed not to meditate — for example when experiencing an extreme bout of depression it is probably not a good idea to try to meditate. One reason for this are that learning to meditate is a challenging experience, and because when one is very depressed one has few inner resources to fall back on, any difficulties experienced while learning meditation are likely to be taken too seriously and interpreted as a sign of personal failure. Another reason is that when we’re depressed we tend to over-indulge in what’s called “rumination,” or the endless turning over in the mind of thoughts about what’s wrong with our lives. Because meditation is an inward-turned activity it may actually give people who are experiencing depression yet another opportunity to ruminate.
In cases of milder depression it’s quite possible to meditate effectively, building on whatever inner resources one has in order to lift oneself into a more positive frame of mind.
 fonte: http://www.wildmind.org/applied/depression