17 de agosto de 2010

Dica de Leitura : As montanhas de Buda


Dica de leitura maravilhosa,abaixo segue comentário sobre o livro.


"As montanhas de Buda

Eduardo Pedreschi

Bom dia, amigos leitores de Rio Claro!
Em pleno terceiro milênio, há muito que a era das grandes dominações chegou ao fim.
Ao menos de forma constituída e oficial, não existem mais grandes nações que sejam submetidas ao comando político e econômico de outras, como ocorria na Idade Moderna, no período das grandes descobertas.
Mantém-se, contudo e infelizmente, e sem que se vislumbre alguma chance de que isso mude, a “dominação velada”. A subjugação através do poderio econômico exagerado de alguns países que se impõem apoiados na miséria de outros tantos.
Também para o nosso espanto, há ainda pequenos focos, escondidos em alguns pontos do globo, de dominação absoluta e de total arbitrariedade, como observávamos no auge do período colonial.
E, mesmo pequenos e escondidos, esses redutos de intolerância nos surpreendem com espetáculos de selvageria que pensávamos ter deixado nos séculos XVII e XVIII.
A opressão que o povo do Timor Leste sofre da Indonésia e a luta da minoria albanesa pela autonomia da província do Kosovo frente à Servia são dois exemplos claros.
Outro exemplo de dominação explícita e muitas vezes sangrenta é tema do livro que eu vou indicar como leitura nesta semana.
Trata-se do romance “As Montanhas de Buda” (Edit. Planeta – 253 páginas – R$ 34,90), do autor espanhol, já consagrado pelos romances Paixão Índia e O Sári Vermelho, Javier Moro.
A opressão sofrida pelo povo do Tibete, sob a dominação da China, é o tema deste eletrizante romance.
Kinsom, uma jovem camponesa, que durante algum tempo pertenceu a um convento, é presa e torturada por ter ousado gritar “Viva o Tibete livre”, ao querer defender um velho homem que estava sendo agredido pelos chineses. Ela passa três anos em uma terrível prisão tibetana de Gutsa, onde conhece Yandol, uma jovem monja de quinze anos.
A fé e a solidariedade entre as prisioneiras de uma mesma cela lhes permitirão sobreviver ao inferno desse calvário.
Ao saírem da prisão, Kinsom se junta ao grupo de refugiados do qual Yandol faz parte e, como a amiga, se disfarça de menino.
O grupo decide, então, atravessar as montanhas do Himalaia durante a noite, enfrentando os piores perigos: as patrulhas chinesas, o frio, o cansaço, a fome e o medo.
Após grandes peripécias, elas esperam chegar, enfim, a Dharamsala, na Índia, onde reside o protetor, o Dalai-Lama.
Nessa narração empolgante, escrita com grande sensibilidade, o autor nos faz também reviver a história do Tibete e de seu chefe espiritual, o Dalai-Lama. Sua educação, sua busca por compromisso com os chineses, sua fuga e sua chegada à Índia.
Um testemunho único sobre a grandeza do espírito de independência do povo tibetano.
Uma boa leitura e um excelente final de semana!

(O autor é proprietário da Livraria Eureka)"

Fonte: ( http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/blog/eureka/59488-As-montanhas-de-Buda )