1 de novembro de 2010


Me lembro de ter contato tido contato formal com o Budismo em um período muito difícil da minha vida. Na época, sobre forte medicação para tentar controlar um diagnóstico de crise do pânico, muito embora ja tivesse lido alguns livros sobre o assunto, o contato com um mestre budista foi a prova da certeza que eu carregava que me falava que, por traz da grande confusão que desequilibrava a minha mente naquele momento, existia em algum lugar dentro de mim uma forma de encontrar a paz, e que essa paz era perfeita, mais além da origem daquele desiquilíbrio todo.
Para meu alívio, descobri que dentro da tradição Budista existia toda uma estrutura de ensinamentos que ensinava como descobrir essa paz, compreende-la, estabilizá-la e muito mais! Foi assim que comecei a meditar aqui no CEBB Curitiba. Cerca de um ano depois já havia largado toda a medicação e nunca mais tive nenhuma crise de pânico. Na época tinha 18 anos.
Hoje, com 25, ainda frequento as praticas do CEBB Curitiba e as palestras e retiros do Lama Padma Samten e de demais mestres, e sigo levando uma vida de práticas bem bacana. Porém algo que sempre me chamou a atenção desde o início foi o fato de geralmente não encontrar muitos jovens nestes ambientes. Mais além de preconceitos ou divisões, falo de jovens como aquele pessoal que, chegando aos vinte saindo dos trinta ou mais, não se sente nem criança e nem adulto. Não que para mim isso tenha sido um obstáculo, mas sempre achei intrigante essa ausência. Onde está esse pessoal? Como eles estão, estão bem? Quem são e porque são poucos?
Se entrar em contato com os ensinamentos já é algo considerado precioso, o que dizer dos que se interessam pelo Budismo cedo na vida. No sentido de tentar auxiliar no processo de acolhimento desse pessoal tão especial criamos no CEBB Curitiba o que estamos chamando de “Sanga Jovem” ou “CEBB Jovem”. Através da exibição de filmes, realização de debates e estudos de ensinamentos voltados a circunstância dos jovens estamos buscando, além de criar um espaço de convívio e socialização para esse pessoal, entender quem é o jovem atual e qual linguagem mais apropriada para entrar nesse mundo.
Recentemente o Lama Padma Samten nos sinalizou que estaria disposto a gerar ensinamentos específicos para os jovens e nos inspirou a conversarmos com as demais sangas do CEBB pelo Brasil no sentido de reunir as características, opiniões, dificuldades dos jovens praticantes e interessados para que posteriomente possam surgir materiais – DVDs, Livros, Palestras etc – com conteúdo voltado diretamente para estas circunstâncias.
Há todo um mundo de experiências exclusivas a essa época da vida tais como estudos, vestibular, faculdade, escolha de um trabalho, relacionamentos, sexualidade, família, drogas, maternidade na juventude, independência etc., sem falar de todas as circuntânscias que surgiram recentemente com o avanço das tecnologias da informação que estão moldando uma geração toda particular em comportamento e visão de mundo, bem como inédita em suas dificuldades e obstáculos.
Pensamos em publicar alguma nota aqui no blog, porque enfim, ele já é uma expressão bem bacana dessa abordagem e, aproveitando sua interatividade, pensamos que talvez fosse um espaço legal para ouvir um pouco da experiência dos praticantes das outras sangas do CEBB pelo Brasil.
Alguém por ai!? 
Foto: Crianças do Grupo de estudo “Sanguinha” no CEBB Caminho do Meio em Viamão-RS. Ao fundo o Templo Caminho do Meio.

fonte: http://bodisatva.com.br/