30 de janeiro de 2011

Amizades e inimizades tão efêmeras


Amizades e inimizades, também, estão longe de serem eternas. Um dia o arhat Kātyāyana, enquanto pedia oferendas de alimentos, encontrou um homem com uma criança no colo. O homem comia um peixe prazerosamente e jogava pedras em uma cadela que tentava pegar os ossos. Entretanto, o que o mestre viu com sua clarividência foi: o peixe havia sido o pai do homem naquela mesma vida e a cadela havia sido a mãe. Um inimigo que ele havia matado em uma existência passada tinha renascido como seu filho como pagamento cármico pela vida que ele tirara. Kātyāyana exclamou:
Ele come a carne do pai, bate na mãe,
e embala no colo o inimigo que matou;
A esposa está mordiscando os ossos do marido.
Dou gargalhadas ao ver o que acontece no show do samsara!
Mesmo durante uma única vida vemos com frequência inimigos jurados mais tarde se reconciliarem e se tornarem amigos. Talvez eles até se tornem parte da mesma família e terminem mais unidos do que os outros. Por outro lado, com frequência, pessoas intimamente ligadas por sangue ou através de casamento, discutem e prejudicam ao máximo umas às outras por algum bem insignificante ou por uma reles herança.
Casais ou amigos íntimos podem brigar pelas razões mais triviais e, às vezes, a disputa termina até mesmo em assassinato. Vendo que todas as amizades e inimizades são tão efêmeras, lembre-se a todo momento de tratar a todos com amor e compaixão.
Patrul Rinpoche (Tibete, 1808-1887)
“As Palavras do Meu Professor Perfeito“, 1ª parte | cap. 2 | V