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"Graf Dürckheim [...] me disse:
-- É minha prática desde muitos anos. Na postura zen, que eu preconizo, se está nas melhores condições para invocar o Nome de Jesus. O Nome d”Aquele que É”: “Eu Sou”... Não digo isso de modo sempre explícito, isso é uma graça que cada um pode descobrir quando se deixa encontrar... Não somos nós, com efeito, que procuramos Deus, é Deus que nos procura...
Como eu me aventurasse a retrucar:
-- Mas invocar o Nome de Jesus durante a postura silenciosa não significa trair o zen? Não é preciso guardar pura a vacuidade?
Ele olhou-me sorrindo, sabendo que ressonância essas palavras podiam ter em mim (no dia anterior, havíamos evocado Mestre Eckhart!).
-- Não foi Jesus que nos conduziu ao perfeito silêncio, à pura vacuidade que está no seio do Pai? Não procure demais explicar tudo isso, não tenha medo do silêncio puro para onde o conduz a invocação do Nome de Jesus, porque ele o conduz mais seguramente do que quando você quer fabricar o vazio com seu pequeno eu místico!
Jean-Yves Leloup, O absurdo e a graça, Verus Editora, Campinas, 2003 (edição original francesa de 1991)
Notas do blog: este diálogo é, basicamente, uma boa explicação não-budista para a prática de apranihita; acima, Sidarta e Jesus, ilustração de Don Mak (site maravilhoso deste excelente ilustrador, cheio de histórias e insights, desfrute!), que colhi no blog El Gran Cambio do querido Ernesto Morales (cujo link encontra-se disponível no box Fraternidade de blogs, na coluna à direita da sua tela), juntamente com o insight que gosto sempre de lembrar: Buda não era budista, Jesus não era cristão.
Dedico esta postagem aos queridos Carla e Kiko.
10:33 Escrito em Percursos/Courses | Permalink | Comentários (4) | Enviar por e-mail | Tags: jesus, zen, meditação, vacuidade, budismo, cristianismo, jean-yves leloup, o absurdo e a graça, graf dürckheim, don mak "