1 de setembro de 2010

Fazendo Chá para o Lama



Há uma história sobre um homem tibetano. Ele era atendente de um lama, e você sabe como são os lamas, sempre vagando, de um lado para o outro, dando ensinamentos. Como atendente, ele tinha que fazer as malas para onde quer que eles fossem. E, sempre, no meio do caminho, tinham que parar para fazer chá. Ele tinha que descer as malas do iaque, tinha que encontrar algumas pedras, tinha que fazer o fogo, tinha que aquecer a água, tinha que colocar o chá na água, e então tinha que servir uma xícara de chá ao lama, e só então ele também tomava sua xícara de chá. Depois disso, ele tinha que empacotar tudo novamente, colocar no iaque e seguir viagem.

Então, um certo dia, ele ficou cansado e disse aolama: “Sabe, me cansei disso tudo. Só o que eu faço é tirar a mala de cima do iaque, preparar o fogo e então recolocar tudo de volta no lugar. Cansei.” E o lama disse: “OK, obrigado por tudo o que você fez até hoje e ok, tudo bem. Você não tem que continuar fazendo isso. Está ótimo.”

Então ele partiu. No caminho, chegou a hora do chá e lá estava ele: teve que descer a mala do iaque, desfazê-la, ir atrás das pedras, fazer ofogo, ir ao rio coletar água, ferver a água. Finalmente, ele pôs a erva na água e então tomou o chá. Depois que acabou, desmontou tudo, pôs tudo de volta no lombo do iaque e... de repente, ele viu a si mesmo, e disse: “Uau, eu tenho que fazer chá de qualquer jeito, por que então não fazer chá para o lama? Pelo menos, e stou criando virtude.”

Este é um ensinamento sobre o trabalho no darma, porque você vai trabalhar de qualquer jeito. Tendo que trabalhar, por que não trabalhar em algo que realmente crie virtude, que seja realmente livre de propósitos egoístas? É um treinamento em generosidade. Se é uma oferenda que está fazendo, então realmente ofereça ao lama – realmente ofereça aos Budas e Bodisatvas, realmente ofereça a todos os seres sencientes qualquer força de benevolência que esteja presente e que beneficie os demais. Você oferece também àqueles que têm a mente poluída e intenções maldosas: que eles possam ser tocados por esta virtude e que possam ser suavizados, que possam ser preenchidos e que não prejudiquem mais ninguém. Esta é a razão para trabalhar, para fazer a oferenda.

Ainda que não estivéssemos construindo o templo, estaríamos fazendo alguma outra coisa.

“Junte-se a nós, venha, podemos fazer isso acontecer!”
Então, estamos construindo um templo e eu convido você a se regozijar com isso, e mais do que apenas se regozijar em sua mente, ponha sua energia nisso, tente, envolva-se. Não é que alguém esteja tentando se livrar do trabalho. Estou feliz em fazer o trabalho, todos estão felizes em fazer o trabalho – é que você também pode ficar. É criar um ambiente para que você também possa criar virtude, para que você também possa purificar carma, para você também criar as causas e condições para beneficiar as pessoas agora e no futuro.

Pediram-me para falar um pouco sobre esse projeto hoje e então eu convido você a participar, e também aproveito para mostrar um pouco da minha apreciação por todos vocês que estão envolvidos, quer seja por meio de sua s contribuições, ou por seus trabalhos artísticos, ou por seus esforços no que quer que esteja fazendo –realmente agradeço a vocês e dedico o mérito.

Este é um convite: junte-se a nós, venha, podemos fazer isso acontecer! Um dia, tudo vai estar pronto e você, seus filhos, os filhos de seus filhos, eles olharão e dirão: “Olha o que nós fizemos, olhe o que o meu pai fez, olha o que meu avô fez”. Ainda que não seja da sua própria família, haverá alguém que olhará para isso e dirá: “Olhe, olhe o que eles fizeram por nós, que maravilhoso que possamos ter isso”.