31 de julho de 2011


Dano auto-infligido


[...] Quando vemos uma pessoa como cem por cento desagradável, sem nenhum atributo, sentimo-nos justificados em nosso desprezo. Quando sentimos aversão, tendemos a organizar o quadro como uma grande caricatura. Mas ninguém é uma caricatura. Para dissolver isso, preste mais atenção. Deve haver algo mais acontecendo.
Um inimigo é alguém que nos causou dano ou a alguém a quem consideramos, intencionalmente ou não, por meio de trapaças, abusos ou fraudes. Se a sua resposta for o ódio, o inimigo venceu. O inimigo deseja causar dano, e se a nossa resposta for contorcer nosso coração pela raiva, o efeito da ação do inimigo encontrou eco.
A pessoa que deseja nos causar dano deve ficar satisfeita ao nos atingir com o primeiro soco da sua agressão, e dobrará o resultado com o ressentimento infligido por nós. Na longa corrida, nossa própria raiva e ressentimento nos causarão um sofrimento maior do que qualquer dano infligido por outra pessoa. Quando nossa resposta é o ódio, nosso inimigo acertou em cheio. Por outro lado, podemos interromper o jogo dizendo: “Você me ofereceu de presente seu ódio, mas eu escolhi não aceitar.” Isso é possível.